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Monstros ou Mestres?!... (Parte 1)

Assumir a responsabilidade pela nossa vida traz-nos libertação, cura e liberdade, mas também traz uma responsabilidade acrescida porque a partir do momento em que assumimos 100% de responsabilidade não vamos mais poder culpar quem quer que seja!... E isso pode ser muito desafiante!...


Traíram-me, enganaram-me, ignoraram-me, invadiram, desrespeitaram, não me amaram, não me confortaram, atiraram-me às feras, ao fogo, ao gelo, ao desânimo e desespero… sim, autênticos monstros!...


Que fiz eu?... O “humanamente” normal, para uma grande maioria de humanos como eu!...

Acusei, critiquei, condenei, contra-ataquei, lamentei-me, chorei e recolhi-me para “lamber as feridas” que os monstros, monstruosamente, me haviam feito. Em alguns casos defendi-me, encarcerando-me ainda mais no meu casulo como uma vítima desprotegida. Sim!... vitimizei-me até não poder mais, senti pena de mim, desejei desaparecer….


Até que, um belo dia (ou noite, nem sei bem!), dei conta que esses monstros apenas eram monstros para mim porque neles eu estava a ver-me ao espelho!...


Bem!... O primeiro impacto foi quase tão tenebroso (ou monstruoso!) como haviam sido as interações anteriores com os monstros de carne e osso… os outros! Não foi agradável, confesso, de repente perceber em mim uma essência idêntica à dos monstros… que apenas se manifestava com uma “roupagem” diferente!...


E então percebi porque os tinha na minha vida…; e então percebi que nunca ninguém, em momento algum me traiu, me enganou, me magoou, me “desamou” (permitam-me a pequena invenção!), me abandonou, etc., etc., etc. Tal como nas histórias ficcionadas de quando eu era “gente de palmo e meio”, os monstros, afinal, nunca tinham existido!...


Esses monstros exteriores eram apenas um reflexo, um espelho dos meus próprios monstros interiores!... Estavam tão bem escondidos ou disfarçados que eu precisei de alguma “alma caridosa” que não se importasse de monstruosamente servir de espelho para mim!... ajudar a trazer à superfície, à luz do dia, todas as feridas, as ilusões e as crenças distorcidas e subconscientes… enfim… todos esses registos e memórias celulares bem enterrados na minha “cave escura”.


Não me restou mais nenhuma alternativa a não ser olhar bem de frente, cara-a-cara, cada um desses monstrinhos que eu tão afetuosamente nutria dentro de mim, sem saber!... Olhei-os bem nos olhos, disse-lhes tudo o que tinha a dizer e “fiz as pazes” com eles… ficaram meus amigos! E agora rimos juntos… e dançamos!... e contemplamos o sol!...


Quanto aos outros monstros, aqueles que afinal só eram a fingir, não mais os critiquei, acusei ou responsabilizei pelas minhas dores e feridas!... Olhei-os como “mestres”. Os mestres que precisei para me conhecer, me enfrentar, transformar e transcender!... E quanto mais tenebrosos esses “Monstros-Mestres” um dia foram, maiores e mais profundas as aprendizagens e a “cura”!...


A todos os Monstros e Monstrinhos que passaram pela minha vida e se cruzaram nos meus caminhos, aqui deixo toda a minha gratidão e apreço!...

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Um destes dias encontrei este texto no meu "baú de antiguidades", mas quero aqui partilhá-lo porque sinto que a essência da mensagem continua sempre atual e pertinente! Escrevi-o há uns 7 ou 8 anos, já nem sei bem, numa altura em que estava a passar por uma fase particularmente dura e difícil por causa de um "desaire amoroso"!... Quem nunca?!.... 😊😉

Mas isto aplica-se para qualquer área da nossa vida!


Ao longo da minha jornada de busca interior, auto-conhecimento e "aprendizagem" do amor-próprio precisei, de facto, como qualquer outro ser humano que se preze, de muitos "monstros-mestres" (ou "mestres-monstros"!) na minha vida. Na verdade, e já que falei tanto disso em artigos anteriores, a mensagem aqui contida também está relacionada com a forma de "trabalhar" com as nossas sombras porque, efetivamente, o papel desses "mestres" que aparecem na nossa vida tão bem disfarçados de "monstros" é, em grande medida, servirem de espelho para que possamos ver as nossas sombras, aquelas que sozinhos não estamos a conseguir "enxergar" ou reconhecer e aceitar, ainda que a vida até nos possa estar a gritar vários sinais de que algo em nós precisa de ser visto.


Com muita frequência temos dificuldade em fazer isso porque os nossos olhos estão muito mais treinados para "olhar para fora" e porque nos "habituamos" a procurar a responsabilidade (ou a culpa!) de tudo o que nos acontece de "mau" em algo ou alguém exterior a nós. É mais fácil! É mais imediato! É mais cómodo e seguro para o nosso ego e para a nossa mente que não gostam de ser confrontados ou ameaçados na sua zona de conforto! É mais lógico também, na lógica em que fomos condicionados pela educação que recebemos na família e na sociedade. É muito menos "ameaçador", porque se a culpa do meu sofrimento é de algo ou de alguém exterior a mim, que até "sou tão boa pessoa e não faço mal a uma mosca", significa que, perante esses infortúnios da vida, não há nada que eu possa ou que precise de fazer, não está nas minhas mãos!


A mim só compete encostar-me ao canto e deixar-me afundar no poço ou na lama a lamentar "o quão triste é o meu fado!"; "o quão azarad@ eu sou"; "o quanto os outros são ingratos, injustos, maus, abusadores, desrespeitadores, idiotas, incompetentes, agressivos, passivos, manipuladores....." e ali fico eu "arrastando-me pelos cantos da vida" como uma vítima frágil e indefesa, bem agarradinha às minhas dores, mágoas, acusações, lamentações e sofrimentos, como se fosse o meu velho ursinho de peluche que me confortava na minha infância!... Fico ali a nutrir e a lamentar o quanto eu sou mal amada, mal entendida, desvalorizada e atraiçoada por esses carrascos na forma de maridos, esposas ou amantes; chefes ou colegas de trabalho; mães, pais, irmãos ou irmãs; amigos, vizinhos, cão, gato, etc, etc, etc....; Até o clima às vezes parece conspirar contra mim!!...


Como sempre gosto de salientar, não é o meu propósito convencer quem quer que seja de coisa alguma! Apenas partilho, de coração, como já vem sendo habitual, o que fui aprendendo e experimentando nas aventuras da vida!...


Sei que este é um conceito que nem sempre é fácil de entender e muito menos de aceitar. Vi isso em mim e vejo-o igualmente em muitas pessoas!... Às vezes custa tremendamente e, por isso, tantas vezes optamos por "não ver" e por resistir à "abertura dos nossos olhos"... mas quando estamos capazes de entender, aceitar e integrar temos a oportunidade de dar um "salto quântico" na nossa vida e na nossa evolução como Seres Humanos que estão aqui para recordar e experienciar a sua própria "Divindade"; o seu potencial grandioso, infinito e ilimitado!... Temos a oportunidade de sair do lugar/papel de vítimas no qual nos colocamos, para podermos passar a assumir a total e plena responsabilidade pelas nossas emoções, pensamentos, ações e escolhas! Assumir as rédeas da nossa vida!


Se queremos realmente sair do ciclo de dor, sofrimento e repetição constante de padrões e mecanismos de auto-sabotagem que nos atrofiam, bloqueiam e limitam, precisamos de parar de procurar os culpados, os agressores e os carrascos da nossa vida; os "maus-da-fita"; os responsáveis "alienígenas" por todo o mal que nos acontece... e mais algum!...


Eu não estou a falar de conceitos morais, espirituais, abstratos ou filosóficos... eu estou a falar de "leis"!... As Leis do Universo, as Leis Quânticas por trás de "tudo o que É"!... É a "Ciência da Vida"!... Tudo neste Universo é energia, incluindo o Ser Humano, e a energia funciona por "leis" que são universais, são "ciência"; não dependem de opiniões, teorias ou ideologias!.... Se eu, como ser energético que sou, "vibro" em frequências vibratórias de medo, rejeição, culpa, vergonha, vitimização, queixume e lamentação, quer eu queira, quer não, esse é o meu "código de barras", a minha "assinatura energética", que a Vida/ o Universo vai usar (matematicamente) como parâmetro para me devolver tudo o que vibra e existe nessa mesma "voltagem", nessa mesma faixa vibracional! Não há mistério! Não há magia!... Não há os "bons" nem os "maus", as "vítimas" e os "agressores".... Semelhante sintoniza com semelhante! É tal como um aparelho de rádio, por exemplo. Se está sintonizado nas frequências FM são essas as ondas que vai captar devolvendo-nos as respetivas músicas.


Permite-te, então, olhar para os "carrascos", os "monstros" da tua vida, nem que seja por uns breves instantes, como se fosse um jogo novo que vais tentar explorar, e experimenta algo diferente: em vez de lhes apontares o teu dedo crítico e acusador (sabendo que ficas com outros 3 a apontar para ti!!) e de os veres como os "maus-da-fita", os vilões culpados de tudo o que de "mau" e "negativo" te aconteceu, ou está a acontecer, pergunta-te a ti própri@, com total abertura, sinceridade e espírito de curiosidade:


"Ok! Que "feridas" é que eu tenho dentro de mim que sozinh@ não estava capaz de ver ou aceitar e que agora esta pessoa ou situação está a "querer" mostrar-me, como se de um espelho se tratasse?" - A resposta pode não ser agradável nem fácil de engolir à primeira, mas acredita que, com o tempo, vais poder ver o quanto essas mesmas respostas contêm a "chave dourada" para a tua cura, libertação e crescimento!...


Assumir a responsabilidade pela nossa vida traz-nos libertação, cura e liberdade, mas também traz uma responsabilidade acrescida porque a partir do momento em que assumimos 100% de responsabilidade não vamos mais poder culpar quem quer que seja!... E isso pode ser muito desafiante! É muito mais fácil e confortável eu concluir que outra pessoa me traiu, rejeitou, abandonou ou maltratou de alguma forma porque ele ou ela tem mau carater e eu tive o "azar" de me calhar alguém assim "na rifa", do que eu parar para olhar fundo em mim para ver que partes minhas é que eu mesma estou a rejeitar, "trair", abandonar e maltratar...; que profunda falta de amor-próprio, respeito pessoal e sentido de merecimento e de valor é que ainda existe em mim ao ponto de eu me "sintonizar" com alguém que vai "espelhar" de volta para mim o que está no meu interior!


Se me permites, então, em jeito de desafio final, convido-te, carinhosamente, a olhares para a tua vida, pensares quem são os "monstros" que "estão contigo" neste momento e, nem que seja por uns instantes, procura responder, com total honestidades para contigo própri@:


"O que estes monstros (pessoas/situações) me estão a mostrar acerca de mim própri@?";

"De que os considero responsáveis?":

"O que é que eles me estão a fazer sentir?"


Não temas "ver-te ao espelho" nesses "carrascos", os "monstros-mestres"!.... Mesmo que ainda possas não ter essa consciência, se eles estão na tua vida é porque estás pront@ para "abrir os olhos", e é porque eles têm o potencial de serem os "melhores aliados" que neste momento precisas para "cresSER"!... (continua).


Esses monstros exteriores eram apenas um reflexo, um espelho dos meus próprios monstros interiores!... Estavam tão bem escondidos ou disfarçados que eu precisei de alguma “alma caridosa” que não se importasse de monstruosamente servir de espelho para mim!... ajudar a trazer à superfície, à luz do dia, todas as feridas, as ilusões e as crenças distorcidas e subconscientes… enfim… todos esses registos e memórias celulares bem enterrados na minha “cave escura”.

Abraça os teus Monstros e Monstrinhos e... "Dá-te à Luz!!"... 😉 💚 🥰

Até já!!...


Sofia Silva





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