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É Primavera dentro de Ti?!...

“Amiga, esta Primavera eu não vou sair aqui da minha casca!!. Não me apetece, estou aborrecida, meio deprimida… e ainda, por cima, no outro dia, ouvi um brócolo acabado de sair da sua casca, dizer que lá fora os humanos andam meio rezingões… ah! Não estou para isso!..."


A todo o instante a vida se renova, independentemente de calendários, estações e fusos horários mas, habitualmente, a Primavera traz consigo uma visão mais evidente e manifesta dessa eterna dança de renovações e recomeços.


Uma vez mais sinto-me inspirada pelas metáforas que a Natureza me proporciona; pela vida e vitalidade que se perpetua, ciclo após ciclo, brotando das mais pequeninas e, aparentemente, frágeis sementinhas… assim, tão silenciosa e discretamente, sem esforço e sem precisar de aparatos, artefactos, anúncios, holofotes, razões ou motivos… apenas SENDO!... existindo numa dinâmica de harmoniosa interação com os demais elementos que as fazem expandir-se e prosperar; sem se queixar ou lamentar do frio do Inverno, do calor do Verão, do dia, da noite, e mais disto e daquilo…


Eu não consigo entender o que as sementinhas na terra dizem umas às outras na linguagem de semente… sim, porque embora elas disfarcem, de tão discretas que são, metidas nas suas cascas, eu tenho cá para mim que entre elas, silenciosamente, há “conversas” e “diálogos” sem fim!...Então, dizia eu, não estou a imaginar uma sementinha dizer a outra:

“Amiga, esta Primavera eu não vou sair aqui da minha casca!!. Não me apetece, estou aborrecida, meio deprimida… e ainda, por cima, no outro dia, ouvi um brócolo acabado de sair da sua casca, dizer que lá fora os humanos andam meio rezingões… ah! Não estou para isso!...”


E a amiga semente, que era assim meio "tia" e tinha “tiques de chique”, respondia: “Sabe, rica, eu este ano também não sei se me apetece germinar… estou assim, uns dias sim, uns dias não…acho que estou com uma crise existencial!... ou será o Síndrome Pré-Germinação?!... Dizem que afeta os humores!... Ai ai, a continuar assim ainda tenho que ir ali ao Gabinete de Apoio e Aconselhamento a Tubérculos e Sementes!...” (Excerto do livro: "Alguém sabe onde moram os super-heróis?!..." de Sofia Silva -no prelo).


Enfim!!… Fico feliz por constantemente constatar que no “mundo Natural” é tudo mais simples e fluído!!...


E fico feliz por poder, a cada dia que passa, escolher “abrir-me” para aprender tudo o que a Natureza e todos os seus elementos, criaturas e criações têm para me ensinar!.... E assim poder mais e mais “recordar” que também eu posso viver com essa simplicidade e fluidez!...


Permite que a Primavera te lembre que a Vida é feita de ciclos e que, para que a cada novo ciclo, novas sementes possam germinar, crescer, prosperar e frutificar, foi preciso que os “velhos galhos” da estação anterior secassem e morressem por completo; foi preciso que o solo repousasse para poder integrar e assimilar tudo o que recebeu e processou na época anterior para poder voltar a nutrir-se, regenerar-se, revitalizar-se, e assim criar as condições para “dar à luz” mais uma geração de sementinhas que crescem e nos devolvem de forma tão generosa e abundante o que têm de melhor!


E a cada ano, nas minhas tão apreciadas e gratificantes experiências como “agricultora de trazer por casa” (numa horta comunitária!), a cada nova estação da Primavera e do Verão eu não me canso de observar com um encanto quase infantil o modo como estas pequeninas criaturas rapidamente se desenvolvem, fortalecem e dão os seus frutos. De como o fazem com toda a simplicidade, a generosidade e a resiliência da Existência.


Foi assim, a “trabalhar” na terra, de pé descalço e unhas "pretas", a ter a oportunidade de a cada dia observar os “milagres” do crescimento daquelas criaturinhas que eu tinha semeado e plantado tantas vezes “temendo” pela sua sobrevivência, de tão frágeis que pareciam, que aprendi o que é a verdadeira abundância!...


Sim, tive vários momentos em que, por mais que a minha vida não estivesse a fluir como eu tanto desejava ou achava que devia fluir, cada vez que chegava à hortinha e me deparava com este cenário da Vida entregue a si mesma a prosperar daquela forma, era impossível eu não me sentir profundamente abençoada e rodeada de abundância!


E a cada final de estação, quando o Verão começa a despedir-se e chega a hora de limpar o que restou daquela época fértil, eu fico ainda mais maravilhada quando a terra me devolve sem pedir (quase) nada em troca, dezenas e dezenas e dezenas de novas sementinhas que resultaram daquela semente tão frágil e solitária que eu ali tinha semeado!... E ali estou eu agora, com tantos e tantos filhotes de sementinhas cheias de vida prontas para cumprir o seu propósito no novo ciclo da Primavera que há-de vir!...

Se elas podem e têm essa capacidade, porque não havemos nós, como filhos da Terra que também somos, de poder também?!... Porque não havemos, como partículas da Existência, de (re)ativar ou (re)despertar essa capacidade em nós também?


Sim, é verdade! Nós somos literalmente filhos da Terra!... Nos bancos da escola aprendemos que nas nossas veias e entranhas circula sangue e toda uma panóplia de substâncias, hormonas, neurotransmissores, nutrientes, etc… Mas não nos costumam ensinar, com a mesma profundidade e entusiasmo, que no nosso interior também circulam todos os elementos que vemos fora de nós nas “coisas” da Natureza – a Terra, o Fogo, a Água, o Ar e tantos tantos mais…


Só agora mais recentemente nos vão ensinando que todo o nosso corpo vibra numa determinada frequência eletromagnética e o quanto ela é afetada pelos campos magnéticos com que “pulsa” o Coração da Terra e o Universo inteiro!... E se estamos hoje tão desalinhados e tão fora do equilíbrio é, em grande medida, porque nos afastamos da terra; porque desrespeitamos por completo esta nossa essência, esta nossa natureza!... Porque permitimos que o nosso campo eletromagnético ficasse totalmente “destrambelhado” com as vidas “artificiais” e “virtuais” em que vivemos mergulhados!...


E por isso as nossas células que - sim, seguramente teriam (e têm!) todo o potencial e a capacidade de a cada ciclo se renovarem, regenerarem, restabelecerem, depois de morrerem as velhas, gastas e doentes - não encontram “dentro de nós” o terreno fértil de que necessitam para cumprirem o seu papel deste constante e miraculoso processo de “dar(-nos) à luz”!...

Permite, então, que a Primavera do “calendário” te relembre da Primavera que tens dentro de ti!... E escolhe, consciente e cuidadosamente, com todo o amor e carinho, as sementes que queres semear nos teus “jardins interiores”!!... E em seguida, nutre-as, a cada dia, com o mesmo empenho e dedicação, com o mesmo amor e carinho, com alegria e gratidão!... Porque tudo o que lá semeares, consciente ou inconscientemente, será o que irás colher nos cenários da tua vida!...


Permite que a Primavera te relembre do quanto a Terra e a Natureza te podem ensinar, equilibrar e “curar”!... Permite-te aprender ou relembrar que tal como majestosamente fazem as centenárias árvores dos jardins da Existência, também tu tens a capacidade de “voar sem tirar os pés do chão”!... E assim, firmemente ancorad@ nas “raízes” robustas do teu Ser, permite-te balouçar e “dançar” com os “ventos” e “tempestades” que a vida te possa trazer!...


Uma vez mais sinto-me inspirada pelas metáforas que a Natureza me proporciona; pela vida e vitalidade que se perpetua, ciclo após ciclo, brotando das mais pequeninas e, aparentemente, frágeis sementinhas… assim, tão silenciosa e discretamente, sem esforço e sem precisar de aparatos, artefactos, anúncios, holofotes, razões ou motivos… apenas SENDO!...

Brindemos, então, à Primavera!...

À Primavera do “calendário” e à Primavera do nosso SER!...


E, como sempre, que esta seja mais uma oportunidade para que te lembres de:


D`AR-TE À LUZ!...

Um Abraço Primaveril e até já, já!!! 😉 💚 🥰






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